Porto Alegre (RS) – A terceira oficina do minicurso “Virando a Página” abordou o tema violências e discriminações, no dia 18 de junho. O projeto é dirigido a adolescentes submetidos às medidas socioeducativas de semiliberdade e acontece no Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH), durante cinco semanas, visando à reinserção social.

Os facilitadores do encontro, os oficineiros e servidores da Ouvidoria da Defensoria Pública, Simone Vieira da Cruz e Daniel Paulo Caye, iniciaram uma dinâmica com o uso de barbante. Formando uma rede que interligava os participantes, a proposta foi mostrar como as pessoas dividem suas histórias e vivências e devem ser responsáveis umas com as outras.

Dentro desse contexto de respeito ao espaço do próximo, o racismo e a identidade de gênero foram debatidos com os adolescentes a partir de vídeos e infográficos. Questões como violência contra mulher e as minorias sociais foram abordadas. Alguns jovens destacaram que o preconceito ainda pode se caracterizar de forma cultural, como por exemplo, pela forma de se vestir, o tipo de som que escutam ou os lugares que frequentam. Um vídeo do rapper Emicida para a revista Carta Capital, ainda ilustrou a questão da representatividade negra no Brasil.

Finalizando a oficina, os socioeducandos avaliaram o andamento do curso. “Gostei do que a gente falou na aula de hoje. Não falamos sobre isso em lugar nenhum e não tem ninguém pra ensinar tudo isso fora daqui”, contribuiu o jovem C.T. ao final da tarde.

O Projeto

O projeto Virando a Página é uma parceria entre a Defensoria Pública e a FASE, cuja execução está a cargo do CRDH e do Centro de Estudos, Capacitação e Aperfeiçoamento (CECADEP). Nele, adolescentes selecionados pela FASE frequentam oficinas semanais com duração de três horas, totalizando uma carga horária de 15 horas. Dentre os destaques desta edição estão assuntos relacionados às discriminações e às violências, à educação e ao trabalho, à mediação de conflitos, além de direitos humanos e medida socioeducativa.

Texto: Jéssica Martins/ ASCOM- CECADEP
Defensoria Pública do RS
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