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Dirigente do Nudem participa de evento sobre a rede de enfrentamento à violência contra a mulher com deficiência

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Dirigente do Nudem participa de evento sobre a rede de enfrentamento à violência contra a mulher com deficiência
Dirigente do Nudem participa de evento sobre a rede de enfrentamento à violência contra a mulher com deficiência - Foto: Camila Schäfer - Ascom DPE/RS
Por Camila Schäfer – Ascom DPE/RS

Porto Alegre (RS) – A dirigente do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (Nudem – DPE/RS), Liliane Braga Luz Oliveira, participou da abertura do Seminário Avaliação da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher com Deficiência, realizada na última quinta-feira (10). O evento debateu questões como o diagnóstico das mulheres com deficiência na rede de atendimento, defesa pessoal para mulheres, saúde, rede de enfrentamento e acessibilidade.

De acordo com a defensora pública, as mulheres que sofrem violência doméstica conhecem seus agressores e muitas dependem deles financeiramente. “Aquelas que possuem deficiência sofrem dupla vulnerabilidade. As violações ocorrem em todos os espaços, até na própria casa, o que é mais triste. Abandono, confinamento e apropriação de benefícios são alguns dos exemplos de violência a que essas mulheres estão expostas.” Segundo Liliane, dados do Disque 100 mostram que mulheres com deficiência sofrem mais violência que homens com deficiência. A dirigente do Nudem também reafirmou a importância do fortalecimento da rede e expôs a cartilha elaborada pela Comissão Permanente de Acessibilidade de Inclusão (CPAI) da DPE/RS, em que são compartilhadas informações e recomendações para o atendimento às pessoas com deficiência – sejam elas colaboradoras da instituição ou assistidos.

O trabalho da DPE foi lembrado pelo presidente da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (Faders), Marco Antônio Lang. “A gente pode contar com a DPE e Ministério Público, mas sabemos que o Estado não tem estrutura pra proteger, receber e acolher.” Lang trouxe exemplos de pessoas que não fazem a denúncia porque não enxergam a atuação do Estado. “Em geral essas pessoas pensam ‘ah, vou administrar da forma que der’. Por isso temos que trazer o assunto para o debate. Direitos humanos são básicos”, disse.

Conforme a representante da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Cintia Bonder, é preciso trabalhar com o agressor, porque as pessoas têm uma sensação de impunidade muito grande e quem agride, em geral, volta a agredir. Para a integrante do Grupo Inclusivass e da Federação Rio-grandense de Entidades de e para Cegos (Frec), Bruna Schatschineider, as mulheres com deficiência estão em todos os espaços e querem pontuar as suas necessidades, querem ser ouvidas. “Temos um acúmulo de preconceitos por sermos mulheres e com deficiência. Às vezes nos tornamos deficientes por causa da violência doméstica. Como a gente faz esse enfrentamento? Como faz essa denúncia? Sei de uma mulher surda que não conseguiu fazer a denúncia, por falta de intérprete. O atendimento foi agendado pra uma semana depois e ela não voltou. Mulheres com deficiência sofrem três ou quatro vezes mais violência que mulheres sem deficiência. Isso precisa mudar. Não precisa ser mulher com deficiência para lutar como uma. Que a gente levante essa bandeira.”

Participaram do evento, ainda, o representante do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Paulo Vieira e conselheiros do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coepede).

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