Defensoria Pública absolve homens que ficaram dois anos presos por crime que não cometeram
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A atuação da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) garantiu, nesta terça-feira (21), a absolvição de dois réus acusados de matar um homem em 2013, no Centro de Porto Alegre. Eles ficaram presos por mais de dois anos, tendo como prova o relato de uma possível testemunha que a defensora pública Tatiana Boeira, responsável por atuar no plenário, demonstrou ser falho.
O caso aconteceu em outubro de 2013, quando um homem foi encontrado morto a golpes de pedra na esquina das ruas Riachuelo e Marechal Floriano, no Centro de Porto Alegre. A partir de imagens de câmeras de vigilância, foi possível identificar três homens, aparentemente brancos, e uma mulher agredindo a vítima até a morte. Foram encontrados sangue humano e restos de cabelo da vítima no local.
Ao longo da investigação, a Polícia Civil prendeu dois homens negros, que na época trabalhavam de lixeiros na Cootravipa. O relato foi feito por um desafeto dos dois trabalhadores.
Em 2017, a pedido da Defensoria Pública, foi solicitado exame de DNA dos acusados para confrontar com o material genético encontrado junto ao corpo da vítima. O laudo comprovou que não havia DNA dos homens nos objetos.
“O fato retrata mais um caso de racismo estrutural, pois as imagens já davam conta de autores sem semelhança física com os réus e os ‘reconhecimentos’ fotográficos em sede policial foram feitos por um desafeto dos réus, que já os conhecia e tinha interesse em prejudicá-los”, destacou a defensora pública.
Também atuaram ao longo do processo os defensores públicos Álvaro Roberto Antanavicius Fernandes e Eledi Amorim Porto.