Mais de R$ 1 milhão de reais são negociados no primeiro ano da Câmara de Conciliação da Defensoria Pública
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Porto Alegre (RS) – As negociações de dívidas com bancos, lojas, alugueis, condomínios e até com familiares já são uma realidade muito mais acessível, por meio da conciliação. Em apenas um ano de funcionamento, a Câmara de Conciliação da Defensoria Pública obteve volume de negociação que ultrapassou R$ 1 milhão de reais. Foram 361 sessões realizadas e o índice de acordos chegou a 65%.
“Temos muito a comemorar, a começar pela mudança de cultura dos nossos assistidos. Inicialmente, as pessoas vinham na Unidade Central de Atendimento e Ajuizamento (UCAA) para iniciar um processo judicial, para litigar em juízo. Hoje já se vê uma mudança desse pensamento. Ao saber do serviço oferecido pela Câmara, as pessoas primeiro buscam resolver suas questões de forma amigável, por meio da conciliação. Com esse entendimento, os acordos alcançaram, nesse primeiro ano de funcionamento um índice superior a 60%. Essas pessoas voltaram ao mercado, readquiriram autoconfiança, autoestima e o credor está recebendo seu crédito de forma saudável, sem litígio, sem desgaste maior. O serviço da Câmara é gratuito e não demanda nada além de um pouco do tempo da cada um dos envolvidos”, ressaltou a defensora pública coordenadora da Câmara de Conciliação, Rafaela Consalter.
As sessões
Um dos objetivos da Câmara de Conciliação é estimular e educar a população a solucionar seus problemas sem ingressar com ações no Judiciário. “A população busca o atendimento na Defensoria Pública em Porto Alegre e nossos atendentes estão habilitados a identificar se há viabilidade de conciliação, de resolução daquela questão de forma extrajudicial. A pessoa é encaminhada à Câmara de Conciliação, é identificada a natureza da dívida, qual o credor e, em seguida, entramos em contato com o fornecedor e convidamos para participar da sessão de conciliação. Trata-se de um convite e não de convocação, pois um dos pilares da conciliação é justamente as partes desejarem conciliar. Marcamos uma data e realizamos a sessão. É uma tentativa de composição amigável. As partes, expondo seu lado do litígio, buscam o entendimento, chegando a um acordo que seja conveniente para ambas”, frisou Rafaela.
Evolução do atendimento
A personalização do atendimento é uma das marcas da Câmara de Conciliação da Defensoria. A defensora explica que, por mais que muitas empresas tenham canais próprios de recuperação de créditos, esses canais, pela forma de atendimento, não dedicam um olhar individualizado para o problema. “As empresas parceiras desenvolveram um olhar personalizado quando a intermediação é feita pela Defensoria Pública, porque já conhecem a realidade das pessoas que estão procurando pelos nossos serviços, reconhecem a boa fé daquela pessoa que quer, voluntariamente, pagar dentro de sua capacidade financeira e isso tem um resultado muito positivo. Tanto os consumidores como os credores mudaram muito o comportamento. Os consumidores foram adquirindo confiança e os credores foram verificando qual a nossa sistemática, que dá liberdade e segurança às partes, fazendo com que se sintam autônomas para resolver aquele problema, com a devida assistência e apoio técnico do defensor público. Isso tudo contribui para que a Câmara seja um sucesso”, apontou Rafaela.
Surgimento
A Câmara de Conciliação surgiu diante da necessidade de dar efetividade às questões de defesa cível. “Processo judicial, é sabido, gera uma demora muito grande, os custos são elevados e as pessoas têm desgaste. A Câmara adveio da necessidade de dar efetividade, contribuir para celeridade da justiça, porque a justiça para ser eficiente, precisa ser rápida. Não há nada melhor do que resolver o problema que vem afligindo aquela pessoa durante anos em apenas alguns minutos de sessão”.
Parceiros
A Câmara de Conciliação já possui mais de 60 parceiros, entre lojas, bancos, financeiras, etc. Entre alguns dos benefícios de uma empresa ser parceria da Defensoria Pública estão, além de conseguir recuperar o crédito de forma rápida e saudável, a oportunidade de resgatar a imagem perante o consumidor. “Às vezes, o consumidor teve uma experiência negativa com a empresa ou com o banco e esse momento da sessão proporciona que a empresa se mostre como um todo, sua boa vontade em atender aquele consumidor de forma satisfatória”, destacou.
Como procurar a Câmara de Conciliação
A Câmara de Conciliação está localizada no 2º andar do prédio-sede da Defensoria Pública (rua Sete de Setembro, 666). O telefone para contato é (51) 3210.9356 e o e-mail é nomelimpo@defensoria.rs.def.br.
O que pode ser conciliado?
A defensora pública esclarece que todo tipo de dívida pode ser conciliada: dívidas com lojas, bancos, financeiras, funerárias, cemitérios, supermercados, salões de beleza, alugueis e condomínios e até dívidas com familiares.