Conferência busca integrar polícia e comunidade de Canoas
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Canoas (RS) - “A segurança é um dever do Estado. Ao mesmo tempo, é um direito e uma responsabilidade da sociedade. E Canoas é pioneira em integrar a população com as forças policiais”. A declaração é do Defensor Público Miguel Seadi Júnior durante a Conferência Municipal de Segurança Pública do município que ocorreu nesta sexta-feira (30).
A cidade estruturou, desde 2009, uma política de segurança cidadã baseada no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). “Cada um deve fazer a sua parte quando a questão é Segurança Pública. O cidadão não pode ser passivo. Não se trata apenas de forças policiais, mas também de iluminação pública e escolaridade, por exemplo”, afirmou Seadi Júnior. O Defensor Público citou, ainda, que 90% dos presos não possuem Ensino Médio completo. “Quem não está na escola está sujeito à violência”, explicou.
Para o prefeito, Jairo Jorge, a Segurança Pública é um tema que exige novas propostas. E uma delas é combiná-la com cidadania. “Isso é que nós estamos viabilizando em Canoas, utilizando inteligência, integração policial e também projetos sociais. As cidades sempre ficaram distantes, só olhando, e agora é hora de fazer a parte delas. É isso que nós estamos desenvolvendo. Não basta apenas exigir soluções do governador ou da presidente, temos que fazer o nosso trabalho também”, ressaltou.
Canoas possui hoje o chamado Observatório de Segurança Pública, fruto de um convênio do município com a Secretaria Nacional de Segurança Pública. Por meio dele, já foi realizada a chamada Pesquisa Municipal de Vitimização. Além disso, será realizada a participação virtual da população por meio de aplicativos de dispositivos móveis e a Etapa Juventudes, que contará com fóruns em redes sociais e grupos de discussão. A cidade foi pioneira ao instalar, em 2010, um detector de tiros no bairro Guajuviras.
A guarda municipal Eliege Rodrigues Teixeira, que integra o Observatório, diz que a corporação está mais próxima da comunidade por meio da nova política de Segurança Pública. “Somos servidores preparados para termos um contato com o cidadão. Trata-se de uma abordagem mais comunitária, menos policial”, explica. Desenvolvem, ainda, junto às escolas, um programa para auxiliar na mediação de conflitos internos, seja entre alunos “e também quando um pai está mais exaltado”, completa Eliege. Outros programas como teatros de fantoches e recreio animado também são realizados.
Foto e texto: Antônio Max Tönniges/Ascom DPERS