Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Maria Carpi lança livro O Senhor das Matemáticas

Publicação:

mari.jpg
Ex-Defensora Pública tem reconhecimento nacional pela sua vasta obra literária (FOTO: Divulgação/Ascom DPERS)

Porto Alegre (RS) - A Defensora Pública aposentada e escritora Maria Carpi lançou, recentemente, durante a 58ª Feira do Livro de Porto Alegre, a obra O Senhor das Matemáticas. Escrito em prosa poética, o livro fala sobre os sonhos, não os que idealizamos, mas aqueles realmente sonhados, com sua nitidez ou seu enuviamento próprios, contados numa narrativa-confissão quase psicanalítica.

Reconhecida nacionalmente pela vasta obra literária, Maria fala que sua experiência de vida está sempre ligada as suas obras e que pretende, através delas, transmitir uma visão de mundo aos seus leitores. Seu objetivo é que todos venham refletir através de suas poesias. No livro Abraão e a Encarnação do Verbo, a sua vivência como Defensora Pública é relatada.

Maria Carpi foi Assistente Judiciária de 1981 a 1993. Nesse período, a Defensoria Pública não havia sido criada no Estado, fato que ocorreu somente em 1994. A partir desse ano, os Assistentes Judiciários foram extintos e o cargo de Defensor Público foi criado; as atividades são equivalentes. A autora comenta que batalhou muito para que a Instituição fosse implementada na Constituição de 1988.

Ganhadora de diversos prêmios, entre eles o Açorianos e o Jabuti, seu primeiro livro foi publicado em 1991. Intitulada Nos Gerais da Dor, ela reflete sobre a história humana, e, com essa obra, Maria foi premiada na categoria Revelação Poesia pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).

“Atuei como Defensora Pública na época da passagem do Código dos Menores para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A partir desse momento, revertemos a ideologia da exclusão, que era aplicada aos menores principalmente por meio da Fundação Estadual do Bem-Estar ao Menor (Febem), para uma ideologia de inclusão por meio da municipalização do atendimento”, lembra. Ela classifica esse período de transição como uma mudança de mentalidade na sociedade e diz: “isso me dá muito orgulho”.

“A Defensoria Pública é uma missão”, comenta. Para os novos Defensores Públicos, Maria deixa o seguinte conselho: “Nós não somos julgadores, temos que ouvir as pessoas que nos procuram; os dois lados. Nosso principal predicado é saber ouvir” e completa: “Antes de entrar com uma ação devemos tentar o acordo. A conciliação é o ponto principal da DPERS”.  Maria assemelha a atuação do Defensor Público como a de um médico. “Um médico só faz uma cirurgia após tentar todos os recursos, assim deve ser o trabalho de um Defensor”.

Maria representou a Defensoria Pública por dois anos no Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente e, após, por igual período, representou a OAB/RS. Formada em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) ainda é solicitada para participar de congressos, mas sua dedicação maior está voltada para a literatura. É mãe dos promotores Rodrigo e Carla, do juiz Miguel e do mestre em literatura e formado em jornalismo Fabrício Carpinejar.

Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul