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Curta-metragem “O Muro é o Meio” traz discussão política e arte de rua para debate

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Curta-metragem “O Muro é o Meio” traz discussão política e arte de rua para debate - Foto: Mariana Ribeiro

Porto Alegre (RS) – Em continuidade a mais uma Mostra de Cinema, nesta segunda-feira, 9 de maio, o Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH), por meio do programa Paz com Voz, exibiu o filme “O Muro é o Meio”. O curta-metragem, que retrata os protestos e pichações gravados nos muros da Universidade Federal de Sergipe, ilustrou o debate sobre reivindicações, liberdade de expressão e manifestações políticas.

Após a exibição, o bacharel em Direito, mestre e doutorando em Psicologia Social Rodrigo Keher contextualizou a temática. “No filme, os estudantes que ocupam a reitoria protestam por segurança e melhores condições de educação, fazendo uso da pichação como forma de reivindicar os seus direitos. Junto a isso, o caso mostrado traz a pichação não apenas como estratégia política, mas também como expressão artística e cultural de algo que se produz dentro da própria universidade”, explicou.

Para a Defensora Pública dirigente do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, Mariana Py Muniz Cappellari, é importante analisar a liberdade de expressão, pois ela faz parte da nossa realidade. “A política deve ser pensada, até pelo momento em que estamos vivendo. Em relação aos protestos citados no filme e outras manifestações que já vivenciamos, o que está sendo muito discutido atualmente é qual o limite desta liberdade de expressão”, considerou a dirigente. “Na Defensoria Pública recebemos muitas denúncias de violação de direitos. Portanto, resolvemos trabalhar esta temática porque tem muito a ver com o trabalho desenvolvido no Centro de Referência”, completou a Defensora.

De acordo com o debatedor Rodrigo Keher, as formas de se expressar, opinar e firmar diálogos construtivos vêm sendo prejudicadas, assim como opiniões divergentes têm sido colocadas de maneira violenta na sociedade. “A pichação entra neste contexto como alternativa justamente pelo fato de a juventude não ter garantido o seu direito de falar e de ser ouvida”, defende Keher.

O palestrante analisou ainda como as cidades são tomadas por publicidade e outras formas de arte que passam por um processo de adequação daquilo que é mais facilmente absorvido. “A prática da pichação vem com outro propósito, que é de provocar o pensamento. Não podemos tomar a arte como aquilo que é tranquilo de ser visto, de ser ouvido. Na minha concepção a arte deve desacomodar, tirar do eixo, fazer com que a gente se reorganize ou repense determinadas coisas”, argumentou o convidado.

A Mostra de Cinema já contou com a exibição, no último dia 25 de abril, do filme “Félix, o Herói da Barra”, abordando a questão da posse de terra e das comunidades quilombolas. No próximo dia 23 de maio, o filme a ser debatido será “500 – Os Bebês roubados pela Ditadura Argentina”. As projeções ocorrem das 18h às 20h, no Centro de Referência em Direitos Humanos da DPE/RS, na rua Caldas Júnior, 352, 3º andar. A entrada é gratuita.

 

Texto: Mariana Ribeiro/Ascom DPERS
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