Porto Alegre (RS) – Os passantes da Rodoviária de Porto Alegre se depararam com uma cena atípica nessa quarta-feira (21): um banco vermelho rodeado de policiais, fotógrafos e pessoas distribuindo materiais impressos. Curiosos não demoraram para observar o movimento e mulheres foram convidadas para escrever em tinta branca frases de resistência e encorajamento, como “disque 180”, “denuncie!” e “não se cale!”.

Tratava-se de uma ação da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) para o Agosto Lilás – mês dedicado à conscientização para o fim da violência contra a mulher. Por meio do Núcleo de Defesa da Mulher (NUDEM) e do Núcleo de Defesa de Diretos Humanos (NUDDH), a DPE/RS distribuiu cartilhas sobre a educação em direitos da mulher e combate ao feminicídio.

O banco vermelho está previsto na Lei Federal nº 14.942/2024, que consiste na instalação do mobiliário na cor vermelha em espaços públicos de grande circulação de pessoas, do qual constarão frases que estimulem a reflexão sobre o tema e contatos de emergência, como o número telefônico da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, para denúncias e suporte às vítimas.

Na próxima terça-feira (27), o banco será levado em ação da Rede Lilás, que esteve desativada desde 2017 e foi retomada neste ano. O comitê tem como objetivo articular órgãos públicos e ações para a proteção da mulher, por meio do acesso à segurança, saúde, educação, assistência social e justiça. Após o evento, o banco vermelho retorna à Defensoria Pública.

De janeiro a novembro de 2023, a Secretaria da Segurança Pública do Estado registrou 47,7 mil casos de lesão corporal e ameaça contra mulheres no Rio Grande do Sul. Comparando com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 9,3% nas ocorrências de lesão corporal, totalizando 17.739 mulheres agredidas em 11 meses. Isso equivale a uma mulher sendo agredida a cada 27 minutos no RS.